segunda-feira, 2 de maio de 2011

MORTE DE OSAMA BIN LADEN

A morte de Osama bin Laden representa um importante triunfo para a CIA e os serviços de informação dos Estados Unidos, que nos últimos tempos foram alvo de críticas por seus fracassos e pelas polêmicas técnicas de interrogatório.

Osama bin Laden, o terrorista mais procurado do mundo, morreu no domingo nas mãos de uma elite de soldados americanos que, em uma operação ultrasecreta, cercou e invadiu a mansão que o terrorista ocupava na cidade de Abbottabad, no Paquistão.

Com o episódio, a agência somava assim quase quatro anos de trabalho das agências de inteligência, que começou quando a CIA seguiu a pista sobre uma das pessoas que formavam o círculo mais íntimo de colaboradores de Bin Laden, concretamente um de seus "correios" ou assistentes.

A revista "Time" indicou nesta segunda-feira que a pista surgiu dos interrogatórios que Khalid Sheikh Mohamed foi submetido - considerado o cérebro por trás dos ataques do 11 de setembro, e um dos colaboradores mais próximos de Bin Laden. A CIA obteve uma informação similar do sucessor de Mohamed, Abu Faraj al-Libbi.

Ambos foram objeto das controvertidas técnicas de interrogatório aplicadas pelo Governo dos Estados Unidos, sob o mandato de George W. Bush, em prisões localizadas fora do país, concretamente na Polônia e Romênia.

Após o massacre dos atentados de setembro de 2001, o Governo Bush autorizou a CIA a realizar os interrogatórios mais agressivos da história do país, política que o executivo de Barack Obama desautorizou e desmantelou posteriormente.

Naquela época, segundo revelaram relatórios publicados, a CIA chegou a intimidar suspeitos de terrorismo com pistolas, perfuradoras elétricas, ''waterboarding'' e exposição a temperaturas extremas e o isolamento prolongado, durante interrogatório e ameaçou assassinar suas famílias.

Foram técnicas que o então vice-presidente Dick Cheney qualificou posteriormente de "refinadas", e que na sua opinião permitiram "salvar vidas e prevenir atentados terroristas".

Independentemente de como surgiram as primeiras informações, o certo é que a CIA conseguiu coordenar-se com outras agências de inteligência para averiguar o paradeiro desconhecido de Osama bin Laden e montar a operação em torno da residência onde estava escondido.

Desta maneira, a CIA, sob a direção de Leon Panetta - que dentro de pouco deixará o cargo nas mãos do general David Petraeus para liderar o Departamento de Defesa - se ressarciu das duras críticas que recebeu a agência na última década, primeiro por não prevenir os ataques do 11-9 e, posteriormente, por ser incapaz de localizar ao escorregadio terrorista.

Nesta segunda-feira, em comunicado, Leon Panetta reconheceu que a operação foi "a culminação de muitos anos de trabalho intenso e incansável", nos quais se realizaram "operações clandestinas altamente complexas e inovadoras".

Osama bin Laden é morto no Paquistão

No final da noite de 1º de maio (madrugada do dia 2 no Brasil), o presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, anunciou a morte do terrorista Osama bin Laden. "A justiça foi feita", afirmou Obama num discurso histórico representando o ápice da chamada "guerra ao terror", iniciada em 2001 pelo seu predecessor, George W. Bush. Osama foi encontrado e morto em uma mansão na cidade paquistanesa de Abbottabad, próxima à capital Islamabad, após meses de investigação secreta dos Estados Unidos .

A morte de Bin Laden - o filho de uma milionária família que acabou por se tornar o principal ícone do terrorismo contemporâneo -, foi recebida com enorme entusiasmo nos Estados Unidos e massivamente saudada pela comunidade internacional. Enquanto a secretária de Estado dos EUA afirmava que a batalha contra o terrorismo continua, o alerta disseminado em aeroportos horas depois da notícia simboliza a incerteza do impacto efetivo da morte de Bin Laden no presente e no futuro.

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